Ela queria espaço. Ele queria tempo.
O tempo era quase imperceptível para ele e lento para ela. O espaço era uma imensidão para ela e pequeno para ele.
Diziam que eram inalterados. Tudo mudava, menos o tempo e o espaço.
Aristóteles dizia que eles só se movimentavam quando guiados por algum impulso.
Enquanto ela seguia o pensamento aristotélico de guiar a vida sem comprovações, ele era o Galileu que subia na Torre de Pisa para jogar os pesos. Ela aceitava a felicidade teórica e ele queria mostrar na prática que tentava achar o certo.
Ele dizia que tudo estava mudando. Ela dizia que não sentia o mesmo. Eles se atraíam, mas ela fingia uma outra rotação.
Ela queria distância. Ele se defendia com a lei da gravidade de Newton dizendo que quanto mais afastados, menor será a força da atração.
Ela dizia que ele deveria respeitar a visão dos outros. Se defendia com o exemplo do trem em movimento. A opinião pode ou não estar a seu favor. Tudo depende, assim como o trem pode estar parado e a Terra em movimento.
Ele disse que o relacionamento deles era como olhar para as estrelas com um telescópio. Com a distância, tudo que olhamos já não está igual, aconteceu e virou passado.
Era natural pensar que seria assim para sempre, mas durou pouco.
Eles mostraram que não era possível ter uma posição absoluta, era preciso ceder.
Ela ganhou espaço.
Ele ganhou tempo.
Ela em seu espaço se moveu, mas se sentiu sozinha. Afetou a curva do espaço e do tempo.
Ele em seu tempo esperou, mas demorou demais. Afetou e foi afetado por tudo.
Assim como não é possível explicar o universo sem noções do espaço-tempo, torna-se sem sentido falar dele, sem lembrar a história dela.
Juntos, na relatividade geral, eles contaram uma história de amor universal.
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