No dia 4 de dezembro de 2015, o Coldplay lançou "A Head Full of Dreams", o sétimo álbum de estúdio da banda.
A separação de Chris com Gwyneth ajudou a fazer "Ghost Stories" um álbum mais obscuro. O flerte com o eletrônico fica mais evidente e a procura por mudanças consegue trazer algumas novidades boas, entretanto com alguns exageros. Com a vontade explícita de fazer shows pequenos, a banda entregou um álbum acanhado, retraído. Quase um solo do Chris Martin.
Com esse cenário, surge um novo álbum: "A Head Full of Dreams", aquele que a banda prometia que seria uma volta aos estádios. Com isso, o retorno da grandiosidade dos "tempos de ouro". Vamos ao disco:
A Head Full of Dreams. Remete de primeira a "Don't Let It Break Your Heart", do "Mylo Xyloto". Logo é possível perceber a grandiosidade de volta. Por incrível que pareça, a guitarra do Jonny chama a atenção por ser bem presente, o que não deveria causar surpresa em uma banda de rock. Boa faixa para começar o disco.
Birds. Com um começo meio "Take on Me", logo fica meio Radiohead. A voz grave de Chris, o ritmo rápido da batida e o refrão já me deixam apaixonado. O solo de guitarra ajuda a música a crescer mais e mais. Quanto mais escuto, mais gosto de "Birds". Imagino que deve ser incrível ao vivo. Quando escrevo sobre Coldplay, uso "A Rush of Blood to the Head" como referência de qualidade. Acho que "Birds" teria qualidade suficiente para entrar no espaço da repetitiva "A Whisper".
Hymn for the Weekend. A parceria é com a Beyoncé, então já esperava que seria a faixa mais pop do disco. Me surpreendi positivamente. A participação da cantora é mais discreta do que eu imaginava. É uma daquelas que as rádios adoram repetir várias vezes por dia. Sabe aquelas músicas do estilo Bruno Mars que tocam na rádio e que você curte sempre que ouve? Essa música se encaixa perfeitamente nesse estilo. É um pop de qualidade. Ainda assim é um pouquinho mais música da Beyoncé do que do Coldplay. Continuo com medo de ouvir "Got me feeling drunk and high, so high, so high" em uma música deles.
Everglow. Sim, o Chris Martin lembrou que toca piano e nos deu essa bela faixa. Minhas músicas preferidas da banda são aquelas que têm o piano como protagonista, tipo "Amsterdam", "Trouble", "Clocks", "The Scientist", por aí vai. A melodia é ótima e a letra é linda. Ótima música.
Adventure of a Lifetime. É uma boa faixa, mas com elementos muito repetitivos, como as várias vezes que alguns versos são pronunciados na melodia e o riff de guitarra que enjoa com o tempo. Apesar disso, o Guy criou uma linha de baixo gostosa de ouvir e a guitarra, no estilo do último disco do Daft Punk, deixa a faixa bem dançante. Ainda acho que ficaria perfeita na voz do Adam Levine.
Fun. Faixa que se encaixaria bem no "Ghost Stories" até o refrão. Depois é do "Mylo Xyloto". Não conhecia a Tove Lo, que tem uma bela voz. A parceria deu certo, boa música também. O refrão gruda fácil na cabeça.
Kaleidoscope. Seria aquelas típicas músicas de transição. Isso se não estivesse no álbum do Coldplay, que cria uma melodia linda para um poema antigo. No final, tem até o Obama cantando "Amazing Grace" só porque sim. Segue o poema só porque é lindo:
"This being human is a guest house
Every morning a new arrival
A joy, a depression, a meanness
Some momentary awareness comes
As an unexpected visitor
Welcome and entertain them all!
Be grateful for whoever comes
Because each has been sent as a guide"
Army of One. Uma das minhas preferidas, tem um refrão incrível. Mais um ponto alto do álbum, que repito, deve ser incrível ao vivo. Depois da segunda vez que ouvi, fiquei o dia inteiro cantando "Say my heart is my gun, army of one".
X Marks the Spot. A música mais diferente do álbum, mais uma que gostei de primeira, desde o preview liberado nas redes sociais. É uma daquelas que dá vontade de ouvir várias e várias vezes para decorar a letra. Mais uma que deixou na minha cabeça: "Wherever you are, I'll find that treasure". Tem cara de ser uma daquelas que eles nunca tocam no show.
Amazing Day. Ouvi pela primeira vez em um áudio vazado de um show. Eram 10 segundos de um som com uma qualidade sofrível. Mesmo assim, ali eu já sabia que tinha grandes chances de ser uma das minhas favoritas do disco. Resultado: não é só uma das melhores do álbum, como é uma das melhores do Coldplay. Os violinos de fundo, o Ohhh no meio pro final me arrepia toda vez que escuto. Combinaria perfeito com "Christmas Lights" em seguida em um show.
Colour Spectrum. Essa sim é a faixa de transição que poderia sair tranquilamente do disco. Ela é tão pequena que o tempo de pegar o celular para trocar de música já é o tempo que ela termina. Ou seja, é só um "A Hopeful Transmission" 2.0.
Up&Up. A última música que também é a melhor. Consigo ver a essência da banda ao mesmo tempo que entendo todos as experimentações. A música cresce e é uma delícia de ouvir. Os violinos, a batida do Will, o refrão apaixonante, o solo de guitarra sensacional do Noel Gallagher. Música pra fechar show no mais alto nível possível. Tem uma bela letra e um fechamento impactante.
Avaliação geral. Considero cinco músicas ótimas, quatro boas, uma regular e uma que não tem nota. É muito difícil escutar um álbum atualmente e encontrar cinco músicas ótimas. A experiência com o pop exagerado no "Mylo Xyloto e a melancolia excessiva do "Ghost Stories" trouxe um álbum perfeitamente equilibrado. No limite para cada lado.
As faixas são muito bem produzidas, porém não encontrei a continuidade entre as músicas que vi nos álbuns anteriores. Apesar das mudanças, ainda dá para perceber aquela banda cuidadosa com detalhes do "Parachutes" e do "A Rush..." em cada música. O Coldplay é uma banda que deseja fugir do básico. Eles não querem ser reconhecidos sempre pelo mesmo tipo de som. É vital para uma banda saber se reciclar e isso eles sabem fazer muito bem.
As faixas são muito bem produzidas, porém não encontrei a continuidade entre as músicas que vi nos álbuns anteriores. Apesar das mudanças, ainda dá para perceber aquela banda cuidadosa com detalhes do "Parachutes" e do "A Rush..." em cada música. O Coldplay é uma banda que deseja fugir do básico. Eles não querem ser reconhecidos sempre pelo mesmo tipo de som. É vital para uma banda saber se reciclar e isso eles sabem fazer muito bem.
Melhores faixas: Birds, Amazing Day e Up&Up.
Piores faixas: Hymn for the Weekend e Colour Spectrum.
Nota (de zero a cinco): 4,5
Não gostei da sua crítica. O album eh horroroso excessivamente pop (Coldplay não é o Maroon 5). Enfim nao tenho palavras pra descrever esse disco. Gostei apenas de Miracles que foi lançada na versão japonesa. De 0 a 5 nota 1.
ResponderExcluirSérgio, eu também preferia que a banda tivesse menos essa pegada pop. O que fiz na crítica é aceitar essa fase e criticar baseado nisso. Não é porque é pop que é ruim! Por mais que eu prefira um Trouble ou um Yellow, é inegável a qualidade de Up&Up, Amazing Day ou Birds, por exemplo.
ExcluirObrigado pelo comentário, abraço!
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