Depois de ouvir “Wonderful Wonderful” algumas vezes, é possível encontrar um conjunto de músicas que estão longe de ser ruins, mas não empolgam. Nada com um destaque como uma “Smile Like You Mean It” ou “Mr. Brightside”, por exemplo.
Se a maior qualidade da banda sempre foi as suas apresentações ao vivo, o álbum deve render no máximo umas duas músicas para o setlist, justamente os dois singles, “The Man” e “Run for Cover”. Além disso, destaque apenas para “Rut” e “Tyson Vs Douglas”.
Não é exatamente um ponto de comodismo, principalmente pela louvável busca pelo experimental, porém é uma aceitação de onde o Killers se encontra atualmente. A impressão que fica é de uma banda cansada, ainda mais com o anúncio de que Mark Stoermer e Dave Keuning não participarão da turnê do disco.
A busca pela música perfeita em “Have All The Songs Been Written?”, que finaliza o álbum, sinaliza bem este momento: “I just need one more”. Na busca de uma banda pela novidade e da música que será o próximo single, surgem diversas faixas. Isso pode criar diversos hits ou algo morno, que tinha um bom destino, mas que parou no meio do caminho.
O álbum possui composições que falam sobre depressão, amor, a visão da derrota e da vitória. São diversas citações: Springsteen, Graceland, McCartney, Jesus, Mike Tyson, entre outros. Inclusive uma misteriosa participação de Woody Harrelson em “The Calling”.
Trata-se de uma seleção daquelas músicas que o fã vai gostar, mas não vai ligar se elas nunca forem tocadas nos shows. Com a discografia que o Killers tem, “Wonderful Wonderful” não é um estranho no ninho, mas não acrescenta muito. Tem identidade e apesar de ter qualidade, a própria discografia do Killers nos deixou mal-acostumados.
Nota (de zero a cinco): 3