quinta-feira, 14 de setembro de 2017

[Cinema] Crítica: It: A Coisa – 2017

Uma das maiores dificuldades dos filmes de terror nos últimos anos é a dificuldade para o desenvolvimento dos personagens, jogando jump scares a torto e a direito, sem ao menos se dar ao trabalho de criar uma atmosfera. IT realiza estes pontos com maestria. Para começar, o filme não pode ser tratado apenas como terror. Também é aventura, romance, suspense e comédia.

Inspirado no livro de Stephen King e ambientado no final dos anos 80, IT conta a história de um grupo de amigos que formam o auto-intitulado “Losers Club” – o clube dos perdedores – que decidem investigar o desaparecimento de crianças na cidade de Derry, no Maine, EUA. O culpado é um palhaço chamado Pennywise.


O diretor argentino Andy Muschietti, já habituado ao terror após a realização de “Mama”, conseguiu criar uma atmosfera pesada desde o primeiro momento em que o palhaço aparece, um trabalho fantástico de Bill Skarsgård. A cena de abertura apresenta como o palhaço realiza a captura das crianças e já faz o espectador segurar mais forte no braço da poltrona do cinema. A trilha sonora de Benjamin Wallfisch, que já tinha trabalhado em filmes de terror como “Quando As Luzes Se Apagam” e “Annabelle 2”, ajuda ainda mais na imersão.

O trabalho de casting foi perfeito com as sete crianças protagonistas. Com uma estética claramente inspirada em “Clube dos Cinco” e outros milhares de filmes dos anos 80 e 90, o roteiro apresenta aos poucos o medo de cada um. O tempo de tela dos garotos é suficiente para criar uma empatia por todos. Entre as crianças, o destaque é de Finn Wolfhard, de “Stranger Things”, uma ótima escolha para o alívio cômico.


Os medos das crianças são o principal ponto para o roteiro: o bullying dos alunos mais velhos, do pai autoritário, de não ter amigos, da intolerância religiosa, do abuso sexual, das mentiras contadas pelas outras pessoas ou da proteção excessiva materna, Pennywise provoca cada criança com o seu maior pavor. Não é preciso explicar como ele surgiu. O palhaço é uma força do mal, que se alimenta desses medos das crianças. São elas que precisam se unir se quiserem sobreviver. Os diversos momentos com câmera subjetiva e close-up no olhar e sorriso tenebrosos do palhaço aumentam a tensão.

Tudo em Pennywise assusta, desde a fala gutural e as transformações em outros medos, até a forma bizarra de segurar os balões com a ponta dos dedos e a maneira de avançar sobre as crianças. O jump scare acontece, mas não fica apenas restrito ao pico da trilha sonora. Não é aquele sentimento de se assustar por nada, com a batida de uma porta. O ambiente é criado para depois assustar.


James Wan, diretor de “Jogos Mortais” e “Inovação do Mal”, afirmou em uma entrevista para a IndieWire no ano passado que os filmes de terror precisam ter cenas específicas boas o suficiente para as pessoas comentarem no dia seguinte em uma conversa no trabalho.

Os elogios a IT não são da boca para fora. Chama a atenção flutuando sobre todos os outros filmes do ano.

Nota (de zero a cinco): 5

2 comentários:

  1. It é meu filme preferido de terror

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  2. Acho que é um dos melhores filmes que fizeram. It: A coisa é a minha história favorita de Stephen King, acho que o novo Pennywise é muito mais escuro e mais assustador, Bill Skarsgård é o indicado para interpretar o palhaço It . Os filmes de terror são meus preferidos, evolucionaram com melhores efeitos visuais e tratam de se superar a eles mesmos. Eu gosto da atmosfera de suspense que geram. E acho que este é um dos melhores, It tem protagonistas sólidos e um roteiro diferente. O clube dos perdedores é muito divertido e acho que os atores são muito talentosos. Já quero ver a segunda parte.

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