E se de repente, o tempo parasse?
E a vida fosse vivida sem a presença do tempo?
Se o dia parasse exatamente onde está.
Noite onde está noite, dia onde está dia.
O ser humano não teria mais que acordar cedo.
Não existiria cedo ou tarde demais.
O final feliz, nunca teria um final.
O horário deixa de existir, já que as horas foram paralisadas.
Felizes aqueles que pararam com um pôr do sol eterno.
Felizes os que vivem no crepúsculo inspirador entre o azul do dia e o escuro da noite.
Os relacionamentos seriam mais complicados.
Sem o "até amanhã", o "te vejo quando estiver com vontade" seria a novidade.
Não existiria a hora da chegada e nem a hora certa de partir.
Vai quem sente vontade, chega quem tem desejo.
A sensação de rápido ou lento logo deixa de existir.
Ninguém mais envelhece, o tempo deixa de enfraquecer as pessoas.
O relógio deixa de informar o tempo para virar só um acessório.
Não vai existir duração, período ou prazo.
Sem intervalos, ciclos, datas, eras, etapas, fases, séculos, anos, meses e dias.
Sem horas, minutos ou segundos.
O pior: sem pequenos momentos que valorizam a vida.
Porque o momento não vai existir.
Nem a ocasião, a oportunidade ou a vez.
O tempo não vai mais curar a saudade.
O tempo não vai mais curar o coração partido.
O tempo não vai mais te dizer a hora certa de dizer o que sente.
O tempo não vai mostrar que o melhor já passou ou que o melhor ainda vai chegar.
Eternamente, infinito, pra sempre e jamais finalmente terão sentido.
Tudo será eterno, sem fim, sem limites.
Resta o amor eterno dos amantes, a angústia sem fim do solitário e a vida infinita.
Porque o tempo rege a vida dos seres humanos. E sem ele, ficamos perdidos.
Perdidos no hoje, no amanhã.
Perdidos no infinito.
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