Ele acorda, tropeça no chinelo (falei que esse filme era comédia), vai
escovar os dentes, aperta o tubo de pasta que já tá dobrada até o final (nossa,
faço isso sempre lá em casa), toma café e vai pro trabalho (adoro essa música
do U2 da trilha sonora).
Ela reclama do trânsito (que filme ela fez mesmo?), olha o Facebook no
celular, sem notificações, buzinas, ele xinga o motorista de trás (tava demorando pra ter palavrão).
Ele chega no trabalho, ela também, pega o elevador, ela fica ao seu
lado, (nossa, lembrei, ela fez aquele filme do navio), ele olha pro decote dela e
derruba a papelada, ela ajuda a pegar (que filme clichê, amor. Falei pra gente
ver Transformers), ele olha nos olhos castanhos dela, ela sorri e mostra as
covinhas, ele dá risada e o clima de amor acaba logo.
Um terrorista entra no elevador, fala que tem um bomba, eles ficam nervosos,
acaba a energia, o elevador para, ela começa a chorar, o terrorista fala que é
a bomba é de mentira e que tem medo de escuro, o terrorista abraça ele (cara,
onde esse filme vai chegar?).
A polícia antiterrorismo chega, terrorismo no país da Copa não, o
farsante se entrega, ele comenta com ela que história engraçada, podemos contar
pros nossos filhos, ela diz que filhos nos conhecemos faz 3 minutos, ele diz,
mas poderíamos morrer, ela diz você não viu que era de mentira, ela desce no
trigésimo segundo andar e passa por uma propaganda da Claro (filme brasileiro sempre tem que ter propaganda).
Final do expediente, ele entra no elevador, ela também, entra outro
terrorista, ele fala que tem uma bomba, ele fala que já ouviu essa história
antes, ele dá um soco nele, ele cai, a bomba explode (caraca, eles morreram?),
muita fumaça, a fumaça se dissipa, todos estão bem, tem um campo de força ao
redor (quanta maconha esse diretor fumou?), ela tem poderes, (nossa, filme brasileiro com efeitos especiais?), ela
fala pra não contar pra ninguém.
Ele vai pra casa, ela é sua vizinha agora, ele entregar flores de agradecimento,
(por que você não me entrega flores?), (Shhh presta atenção), ela diz que sempre reparou nele no trabalho, ele diz
que nunca viu e ela fecha a porta.
No dia seguinte um portal alienígena se abre no meio da cidade e começa uma invasão, (viu amor, você não queria ver Transformers?),
muitas mortes, quase que ele morre, ela o salva, ela salva a cidade com seus
poderes mutantes.
Ela ganha a chave da cidade, o vilão se livra das algemas, rouba a arma do policial, o vilão atira, bala em câmera lenta (ela NÃO PODE morrer!), ele se joga na frente dela, parece que a bala o atingiu (você se jogaria por mim, amor?), (Silêncio mulher, melhor parte!), ela diz que não é possível, ele diz que só está retribuindo o favor e sendo gentil, ela diz que o ama, ele diz mas nos conhecemos na semana passada, ela ri, eles se beijam.
Ela ganha a chave da cidade, o vilão se livra das algemas, rouba a arma do policial, o vilão atira, bala em câmera lenta (ela NÃO PODE morrer!), ele se joga na frente dela, parece que a bala o atingiu (você se jogaria por mim, amor?), (Silêncio mulher, melhor parte!), ela diz que não é possível, ele diz que só está retribuindo o favor e sendo gentil, ela diz que o ama, ele diz mas nos conhecemos na semana passada, ela ri, eles se beijam.
Os cidadãos aplaudem, câmera sobe para o horizonte, aparece um último
alienígena, ele dá uma risadinha e escreve continua, (a gente precisa assistir a
continuação!), créditos (calma, a Marvel me ensinou a esperar o último nome),
não acontece nada.
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