No drama, Ben Bradlee (Tom Hanks) e Kat Graham (Meryl Streep), editores do The Washington Post, recebem um estudo detalhado sobre o papel dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. O roteiro foca nos desafios que precisaram ser ultrapassados para a publicação dos documentos, os chamados Pentagon Papers – 7 mil páginas sobre como a Casa Branca mentiu sobre a guerra do Vietnã.
Em 1971, o cenário era controverso. Apesar do aumento do número de soldados no campo de batalha, a guerra continuava. O que tinha iniciado apenas como uma segurança inicial se transformara em um combate ativo. Katherine Gragam era a primeira mulher a frente de um grande jornal americano, o The Washington Post e tinha que carregar nas costas um legado de mais de duas décadas. Além de lidar com o governo, Kat também tinha que suportar a pressão interna do jornal, que estava em pleno crescimento. Neste ponto, seu principal concorrente, o The New York Times já publicava documentos secretos sobre a atuação dos Estados Unidos no Vietnã.
Com a proibição do governo para que o Times parasse de publicar sobre o assunto, com suporte da Lei da Espionagem, restou ao Post a dúvida: correr o risco de ter seus funcionários presos e fechar ou continuar firme com a missão da imprensa?
O Pentagon Papers serviu como um estopim que terminou com o escândalo Watergate que causou a renúncia do presidente Richard Nixon, primeiro e único a deixar o cargo nos Estados Unidos. O fato serviu para reforçar o recado na época para a população e o governo: é papel da imprensa fiscalizar.
Elogiar Meryl Streep pode ser chover no molhado, porém é necessário. Sua 21ª indicação ao Oscar é merecida. Ao mesmo tempo que transmite uma serenidade e postura que somente Streep pode proporcionar, ela demonstra o receio de destruir um legado, colocar o seu nome em jogo e arriscar o trabalho de seus funcionários. Tom Hanks também não fica para trás, mesmo correndo menos riscos, é ele quem insiste na causa. Se era o governo que decidia o que poderia ser publicado, o que é a liberdade de imprensa afinal?
As interações entre Bradlee e Kat têm diversas camadas. É um laço de amizade misturado com um respeito de chefe e funcionário completado com pequenas desavenças ideológicas. É uma junção que apresenta uma química muito evidente.
Spielberg é um diretor que não precisa de apresentações, seus clássicos falam por si. Entre 2006 e 2010, o norte-americano deixou de lado sua principal função para atuar como produtor. No período citado, trabalhou como diretor apenas em Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. Em 2011, voltou e não parou mais. Cavalo de Guerra, Lincoln, Ponte de Espiões, até chegar em The Post.
Apenas pelo fato de juntar Maryl Streep e Tom Hanks no mesmo filme, Spielberg já merece elogios. Mesmo depois de tantos filmes, ele ainda não perdeu a mão.Para mostrar como a redação é um ambiente que não para nunca, Spielberg decidiu manter a câmera na mão. Mostrando o dinamismo do jornalismo, os planos sequência em diversos cantos da redação servem para mostrar a redação funcionando como apenas um organismo. A câmera persegue e se aproxima dos personagens e objetos, como se mostrasse a ânsia da busca pela verdade.
O diretor romantiza até o processo gráfico, as máquinas de escrever e as prensas são filmadas como as ferramentas da liberdade americana. Cada plano detalhe mostra a importância do processo, como se aquela impressão não representasse apenas a rotina de mais um jornal do dia. Os planos em contra-plongée também servem para exaltar as figuras de Streep e Hanks.
A história, entretanto, não tem um ápice. O roteiro é muito bem amarrado, mas o significado dos acontecimentos é muito mais importante do que qualquer coisa que poderia ser demonstrada em cena.
The Post – A Guerra Secreta mostra como a verdadeira batalha pode ser invisível para a população. A publicação não trouxe apenas a relevância para o jornal. Também mostrou que as mulheres poderiam ter cargos altos, que a apuração do jornalismo ainda fazia sentido e que tudo ao nosso redor sempre pode ser alterado para melhor.
Nota (de zero a cinco): 4
O diretor romantiza até o processo gráfico, as máquinas de escrever e as prensas são filmadas como as ferramentas da liberdade americana. Cada plano detalhe mostra a importância do processo, como se aquela impressão não representasse apenas a rotina de mais um jornal do dia. Os planos em contra-plongée também servem para exaltar as figuras de Streep e Hanks.
The Post – A Guerra Secreta mostra como a verdadeira batalha pode ser invisível para a população. A publicação não trouxe apenas a relevância para o jornal. Também mostrou que as mulheres poderiam ter cargos altos, que a apuração do jornalismo ainda fazia sentido e que tudo ao nosso redor sempre pode ser alterado para melhor.
Nota (de zero a cinco): 4
Foi excelente! A verdade o melhor filme de guerra que eu vi no ano passado. Adoro ver a história da Guerra do Vietnã e acho que este filme realmente valeu a pena. A verdade amei desde que eu li a sinopse. É uma historia cheia de incríveis personagens e cenas excelentes. Devo dizer que foi uma surpresa pra mim, já que foi um dos melhores filmes de Meryl Streep, realmente uma historia muito criativa que usou elementos innovadores. É algo muito diferente ao que estávamos acostumados a ver. Se ainda não tiveram a oportunidade de vê-lo, eu recomendo. É incrível.
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