O filme começa com a história contada pelo dono do hotel, sobre como Zero (jovem vivido por Tony Revolori) virou mensageiro e melhor amigo do concierge Monseur Gustave H. (excelente atuação de Ralph Fiennes).
O concierge estava acostumado a dar um "tratamento especial" para as hospedes idosas, loiras e ricas. Era assim que ele mantinha a fidelidade e deixava o hotel sempre cheio. Até que uma das hospedes, Madame D, falece e deixa uma grande herança.
No meio dela, o quadro "O menino e a maçã", de Van Hoytl, herdado por Gustave para fúria de Dmitri (Adrian Brody), filho de Madame D e sua gigante família.
Gustave é considerado culpado mesmo sem provas do assassinato de Madame D e do roubo do quadro renascentista mais valioso do mundo, um dos poucos ainda fora dos museus. A história segue com as consequências da prisão, a batalha pela herança e a procura de manter intacto o nome do Grande Hotel Budapeste.
O diretor Wes Anderson consegue juntar suspense, perseguições, prisão, mortes e comédia. São diversos recortes em um só roteiro, que fluem muito bem no produto final. Já uma característica do diretor, as câmeras centralizam o foco da ação.
Dmitri e Jopling (Willem Dafoe, cruel capataz do herdeiro), dão a impressão de vilões de filmes antigos, inclusive com trilhas de terror quando aparecem. Porém, a maldade é vista por um lado mais light, mesmo com cenas não tão comuns em filmes mais leves.
O resultado é um filme com um sentimento nostálgico, com um toque de ironia e muito perfeccionismo. No final das contas, as câmeras são tão simétricas quanto os costumes exagerados de Gustave.
Se o dono do hotel vê o Grande Budapeste como uma velha ruína encantada, Wes Anderson resgata o humor de suas inspirações e transforma seu filme de 2014 em um grande clássico consagrado.
Nota (de zero a cinco): 4,5
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