Gostei bastante da apresentação de Seth Macfarlane, criador da Família da Pesada e dublador do Ted, entre inúmeras outras funções do americano.
Ri bastante da interação com o sempre capitão da Enterprise, William Shatner, a música "We Saw Your Boobs", a piada sobre Argo contar uma uma história secreta, tão secreta que a Academia ainda não reconheceu o diretor do filme. (falando sobre a não-indicação de Ben Affleck na categoria de Melhor Diretor).
Gosto dessa coisa de "se posso fazer piadas de quem me contratou, quem dirá dos outros!". E também sobre o publico ainda vaiar sobre uma piada sobre a morte do presidente Lincoln. "Já se passaram 150 anos e ainda não posso brincar sobre isso? Esperem só pelas piadas de Napoleão que tenho à seguir!".
Creio que uma das maiores surpresas da noite, foi ver Lincoln, que foi indicado 12 vezes, perder 10 prêmios! As únicas vitórias do filme foram com o ator Daniel Day-Lewis que deu um show como o 16º Presidente americano Abraham Lincoln e com o Melhor Design de Produção. Daniel se tornou o maior vencedor da categoria com 3 estatuetas. Ele já havia ganhado por “Meu pé esquerdo” (1989) e “Sangue negro” (2007). Infelizmente para Hugh Jackman e Bradley Cooper, que fizeram ótimos papéis em Os Miseráveis e O Lado Bom da Vida , respectivamente, porém pararam em um impecável Daniel Day-Lewis e sua incarnação perfeita de Lincoln.
Ela já havia feito um grande trabalho em O Inverno da Alma, que não foi muito divulgado aqui no Brasil, trabalho que inclusive recebeu indicação ao Oscar de Melhor Atriz. E Jennifer já tem um grande futuro, tendo em vista que está escalada para grandes franquias de Hollywood como X-Men e Jogos Vorazes. As sequências já foram anunciadas e Jogos Vorazes - Em Chamas e X-Men: Dias de um Futuro Esquecido já foram anunciados para 2013 e 2014, respectivamente. Após a premiação, alguns fotógrafos brincaram com Jennifer sobre sua queda. E respondeu com grande classe.
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Outra certeza era a vitória já prevista era a de Melhor Atriz Coadjuvante da Anne Hathaway, que mostrou ser uma das melhores atrizes dessa nova geração com o papel de Fantine no musical Os Miseráveis. Anne já tinha sido indicada em 2009 para Melhor Atriz pelo filme O Casamento de Rachel.
Falando em Os Miseráveis, o musical venceu 3 das 8 categorias que disputou. Venceu também com Mixagem de Som e Melhor Maquiagem, além da Melhor Atriz Coadjuvante Anne Hathaway. Quem diria que 12 anos depois de O Diário da Princesa, Anne ganharia seu próprio Oscar. Como Anne disse olhando para a estatueta dourada: "O sonho se tornou realidade".
Sobre as animações, creio eu que o nome gigante em cima do título de Valente - "PIXAR" - influenciou e muito na escolha de Melhor Longa Animado. Pelas críticas que li, o verdadeiro merecedor era Detona Ralph.
A noite de ontem, também foi especial para os amantes do agente James Bond. O novo filme 007 - Operação Skyfall ganhou em Canção Original, com a interpretação da grande (rs) cantora Adele e empatou com "A Hora Mais Escura" em Edição de Som. Raridade ver o cinquentão 007 ganhando Oscars.
Adele inclusive apresentou a música tema no palco, após a interpretação de Goldfinger por Shirley Bassey. Também se apresentou a cantora que já ganhou dois Oscars, Barbra Streisand após o anuário "In Memoriam", falando sobre a morte dos famosos e que fizeram a industria do cinema crescer.
Já o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante foi pela segunda vez para o austríaco Christoph Waltz. Ele já tinha ganhado em 2010 pelo sensacional Bastardos Inglórios e repete agora com o papel de Dr. King Schultz de Django Livre. Falando em Django, nada mais merecido do que o prêmio de Roteiro Original dado ao mito (e um dos meus diretores favoritos) Quentin Tarantino.
Falando agora sobre prêmios técnicos, a vitória foi de As Aventuras de Pi. A Melhor Fotografia, Efeitos Visuais e Trilha Sonora Original foram para o filme do diretor taiwanês Ang Lee, que já havia vencido a categoria em 2006 por O Segredo de Brokeback Mountain. Ele venceu o inclusive o consagrado Steven Spielberg.
Mas a maior surpresa de todas e para mim também o maior erro foi Argo. O filme de Ben Affleck venceu como o Melhor Filme. Ainda não pude assistir ao filme, porém é uma gigante incoerência da Academia, falar que um filme digno de ser o melhor do ano, não tem o seu diretor sequer entre os indicados da categoria de Melhor Diretor.
Argo, venceu além de Melhor Filme, as estatuetas douradas de Roteiro Adaptado e Edição.
Depois de uma carreira de altos e baixos, com filmes excelentes e bombas como O Demolidor (o que foi visto, jamais será esquecido), Affleck se mostra como um dos maiores injustiçados que Hollywood já criou. Era um grande ator e virou um excelente diretor. A estatueta de Melhor Filme, apesar de acreditar que Os Miseráveis, O Lado Bom da Vida e As Aventuras de Pi, também sejam merecedores, caiu em boas mãos com Argo. Caiu na mão do cara que batalhou pra mostrar que não é apenas um ator de Blockbusters e de filmes médios. Hoje Ben Affleck é um excelente diretor e ninguém pode lhe tirar isso.
Mais um Oscar. Mais filmes sensacionais. Só o Oscar pode juntar a experiência de quem um dia foi grande e a juventude de quem hoje vive em seu auge. O cinema prova mais uma vez que não tem prazo de validade. A arte agradece. A gente agradece.