segunda-feira, 7 de abril de 2014

[Música] Lollapalooza 2014

Participei este ano do meu segundo Lollapalooza. Mais do quem bons shows que já garantem o ingresso, o festival transmite a experiência de um dia completo só de música. 

É estranho pensar que tantas pessoas tem o mesmo gosto que eu. Logo na entrada, as milhares de pessoas vestindo camisetas do Muse já aumentavam minha ansiedade.

Na entrada, quase 30 minutos andando pra chegar no final da fila, que praticamente chegava em outro bairro de tão extensa (sério). 

Pensei não encontrar tanta dificuldade na entrada, mas já encontrei um primeiro problema. Com demora na fila e a distância dos palcos acabei perdendo o show do Capital Cities.



Da entrada até o palco Onix, onde ainda tocariam Cage the Elephant e Imagine Dragons, foram quase 30 minutos andando meio perdido. O autódromo é gigante e o sol de mais de 30ºC não ajudou nada. Encontrei um amigo por um milagre, já que o 3G e o sinal não funcionava de jeito nenhum.

Cage The Elephant

Perdi algumas músicas, mas cheguei a tempo de ouvir Ain't No Rest For The Wicked, Shake Me Down e minha preferida Come A Little Closer. O palco Onix fica em um terreno inclinado, onde qualquer posição era boa para assistir bem ao show. A banda é sensacional ao vivo e o vocalista interage bastante com a platéia. O punk rock fica bem presente ao vivo.

Após o show, o vocalista Matt Shultz foi até o canto direito do palco e começou a conversar com alguns fãs que reconheceram o cara. Tirei uma foto e posso dizer que ele é super gente fina e foi muito gentil com as pessoas que pediam fotos e autógrafos.


Conhecia a banda do outro Lolla. Pela televisão, fiquei impressionado com a postura de Matt no palco e ao vivo tive certeza da qualidade. Vou dar mais atenção ao Cage The Elephant.

Imagine Dragons

Todo o fato citado acima aconteceu ao lado de umas 40 mil pessoas que estavam esperando Imagine Dragons e não reconheceram o vocalista. Quando finalmente chegou a vez da banda de Las Vegas - desta vez bem estava bem mais perto do palco - o local ficou completamente lotado.

Com apenas um álbum, Night Visions, fiquei curioso em saber como eles completariam o setlist. No final, a banda fez um cover bem feito de Song 2 do Blur e dava um capricho especial com alguns solos no final de cada música. Sendo que a banda tem apenas seis anos, é impressionante ver o público que os americanos conquistaram em tão pouco tempo.

O Imagine Dragons conseguiu lançar um primeiro álbum que vendeu muito bem mundialmente e que também funciona muito bem ao vivo, com ótimos singles. O destaque para a percussão é muito evidente e causa uma sonoridade com bastante impacto.

O final com Radioactive, obviamente já esperado pelos fãs, caiu muito bem. A música parece que funciona melhor ao vivo do que no álbum. Foi um ótimo show para uma banda que está só começando e que tem muito futuro pela frente.O público, que lotou o palco Onix, encontrou muita dificuldade para sair do palco.

Phoenix
A neozelandesa Lorde e os franceses do Phoenix dividiram a multidão. Decidi escolher o Phoenix, porque gosto muito da sonoridade da banda. 

Na minha visão, a escolha era óbvia. Músicas bem dançantes, com músicos extremamente competentes e com anos de carreira ou um show de uma adolescente com dois integrantes na banda? Tinha certeza que o show da Lorde seria morno. Assistiria Royals e iria embora, ou seja, não compensava no momento (mais tarde confirmei na televisão, foi bem chato mesmo).

Foi complicada a mudança de palco. O congestionamento de pessoas travou a passagem para o palco Skol e perdi duas das cinco músicas que conhecia do Phoenix. Quanto a qualidade do show, não tem nem o que falar, eles são ótimos no que fazem. 



Queria mesmo ouvir Lasso e Lisztomania, mas o trânsito de pessoas não ajudou. Mais um excelente show com destaque para o ótimo baterista e o vocalista pulando no povo na última música Entertainment.
Muse

Chegando a hora do Muse, comecei a ficar bem ansioso. Isso tudo porque alguns dias antes, a banda cancelou um show em SP por causa de uma laringite no vocalista Matthew Bellamy. Fiquei com receio do cara ficar completamente sem voz pro show e tudo ser um desastre.

Por um milagre e muito esforço, conseguimos chegar bem perto da grade no palco Skol. Quando percebi que aparentemente a voz de Matt estava ok, fiquei mais tranquilo e o show foi incrível! Ele cantava bem, porém deixava passar alguns falsetes. Nada que atrapalhasse o show.

Este era o primeiro show do Muse no ano, então já eram previstas mudanças no setlist. Não queria mesmo uma cópia do show do Rock in Rio.


A banda é um espetáculo ao vivo. Se a voz falhava em alguns instantes, Matt compensa tudo na guitarra. Como toca bem esse britânico. O baixista Christopher Wolstenholme e o baterista Dominic Howard também não ficam devendo nada, são tão importantes e talentosos quanto o vocalista.

Com muitos riffs de guitarra, a banda tocou músicas mais antigas, provavelmente porque possuem menos agudos, e ainda incluiu algumas músicas do último disco The 2nd Law. Minhas preferidas Plug in Baby, Time is Running Out, New Born, Hysteria e Madness foram tocadas, ponto positivo. 

Ainda deu pra fazer um cover sensacional de Lithium para os 20 anos da morte de Kurt Cobain do Nirvana e finalizar perfeitamente com Knights of Cydonia.

Senti falta de algumas das novas como Panic Station e Supremacy, porém fiquei surpreso em como The 2nd Law: Unsustainable funciona MUITO bem ao vivo. Tudo foi incrivelmente sensacional e falta vocabulário pra contar quanto eu curti o show.


No final, meu Lolla foi excelente. Os pontos positivos foram: ótimos shows, mais capricho com as comidas em relação ao ano passado, uma companhia legal, boa visão pros palcos em qualquer lugar e não tenho nada a reclamar em relação ao som. Pontos negativos: distância eterna entre os palcos, o autódromo é mais longe do que o Jockey Club no ano passado, distância do autódromo para a estação na CPTM, dificuldade pra entrar na estação.

Claro que pra mim, os pontos positivos transbordaram os pontos negativos. Já sabia que andaria muito e que teria dificuldade com o transporte. Assisti a quatro excelentes show e paguei o que equivalente a somente um show solo. Sem contar que a experiência de estar no festival faz tudo valer muito a pena. 

O Lollapalooza mais uma vez não me decepcionou e os festivais tornam-se cada vez mais uma opção para diversão e música boa. Aguardo o line-up do Planeta Terra. 

Ano que vem tem mais Lolla.