quinta-feira, 9 de novembro de 2017

[Música] Crítica: "A Head Full of Dreams Tour" - Coldplay - 2017

De volta ao Brasil pouco mais de um ano da última passagem, o Coldplay retornou ainda maior e melhor ao Allianz Parque. Desta vez com a estrutura utilizada nos palcos do tour da Europa, a banda reconheceu o público de São Paulo. A cidade foi escolhida para a gravação do DVD da “A Head Full of Dreams Tour”. Apesar do setlist ser bem parecido com o show de 2016, a banda trouxe novidades como “Something Just Like This”, “Life is Beautiful” e a inédita “São Paulo Song”, com participação de Jon Hopkins.


Com ainda mais pirotecnia, afinal a gravação de um DVD precisa ser impecável, o Coldplay fez um dos melhores shows do ano. A banda ainda não decidiu como será a estrutura da próxima turnê, mas será difícil superar a atual. As Xylobands, pulseiras que ficam coloridas de acordo com o ritmo das músicas, fazem toda a diferença. O efeito visual que elas causam é de deixar qualquer pessoa de boca aberta.

Elas brilham de acordo com a temática: “Yellow” (claro) amarelo, “Every Teardrop is a Waterfall” com tom roxo e azul, “Clocks” vermelho, entre outros. A estrutura de palco que vai até o final da Pista Premium é incrível, assim como os palcos B e C, que trazem um viés mais intimista, perfeito para a lindíssima “Everglow” e “Us Against the World”. No final das contas, todos conseguem gravar e tirar boas fotos.


A banda está em seu melhor momento na carreira em questão de performance. Jonny Buckland, Guy Berryman e Will Champion são mais do que apenas coadjuvantes de Chris Martin. O baterista inclusive cantou “In My Place” pela primeira vez no dia 7 e repetiu a dose no dia 8. Muitas das músicas do setlist são perfeitas para as arenas. “Charlie Brown”, “A Sky Full of Stars”, “Viva la Vida” e “Something Just Like This” são apenas alguns exemplos.

O show durou cerca de 2 horas e contou mais uma vez com pedidos de casamento. Chris morria de amores pela plateia: “Obrigado por um dos melhores shows das nossas vidas”, “Escolhemos São Paulo por causa da energia incrível que vocês nos passam”, entre outras juras de amor.


Chris diz que o álbum atual será o último desde “Mylo Xyloto”. Porém, a impressão é que a banda ainda tem muito tempo de vida. O Coldplay não precisava de todas essas pirotecnias pela qualidade sonora, mas apostou em um formato e evoluiu cada vez mais até chegar nesta fórmula.

Além de tocar muito bem, a banda mostrou nesta turnê como o visual pode criar uma verdadeira experiência inesquecível. Não é à toa que a turnê já é a 5º mais bem-sucedida de todos os tempos. A impressão que fica é de que o espectador viu muito mais do que apenas um show de música.


A banda ainda realiza mais um show no Brasil no dia 11, em Porto Alegre. Depois, encerra a turnê onde ela começou, no Estádio Ciudad de La Plata em La Plata, na Argentina.