domingo, 24 de março de 2013

[Livro] Crítica: O Lado Bom da Vida

O Lado Bom da Vida conta a história de Pat Peoples, um homem que se vê internado em uma Instituição Psiquiátrica, ou como ele chama: "lugar ruim".

Os motivos da sua internação, de início não são revelados e como Pat perdeu sua memória, também não sabe como foi internado e porque a sua mulher Nikki está tão distante. Sua família e amigos também disfarçam quando o assunto é seu passado e evitam o máximo possível fala sobre Nikki. Seu único amigo é Danny, ou como Pat chama, meu amigo negro, Danny.

A dúvida de Pat, vira uma dúvida do leitor, tornando uma obsessão ler o próximo capítulo para enfim saber se no próximo, o passado de Pat será revelado. Os capítulos são relativamente curtos, tornando a leitura mais agradável e fácil de digerir, após a grande confusão do começo. 

Pat sofre de depressão, chora a todo momento, porém não deixa em pensar que tudo vai melhorar, sempre. Aos poucos, conforme Pat sai do lugar ruim - graças ao pedido de sua mãe à justiça - começa a reestruturar sua vida e a tentar retomar sua rotina com a sua incansável mãe. 

O pai de Pat é um homem que só pensa em futebol americano e que define a sua relação com toda a família conforme o resultado do jogo do Eagles. Ridículo e digno de tristeza mesmo. Ainda assim, sua mãe consegue ver sempre o Lado Bom da Vida. 

Pat não se lembra da forma que foi para na clinica, porém deixa bem claro uma coisa. É loucamente apaixonado por Nikki, sua ex-esposa. Tudo em sua vida é rumo ao reencontro que um dia no futuro, pode ser que ocorra. 

Pat começa a perceber que o "momento separados", forma que chama a separação entre ele e Nikki, vai acabar logo e utiliza como base para seguir sua vida as constantes consultas com o Doutor Patel, o louco desejo de seu pai e seu irmão pelo time de futebol americano Eagles e sua louca obsessão por malhar. 

Se Pat está correndo, pensa que está correndo em direção a Nikki. 
Se está fazendo abdominais, está entrando em forma para Nikki.
Se está tomando seus remédios de forma correta, está recuperando sua sanidade mental para Nikki .
Nikki. Nikki. Nikki. Você vai ler muitas vezes o seu nome neste livro. 

É interessante a forma que o autor Matthew Quick se entrega aos detalhes com informações ditas até como desnecessárias, como uma atualização eventual sobre a temporada dos Eagles, o número de jardas percorridas por seu jogador favorito o novato Hank Basquett e até a forma que descreve cada historia dos livros de literatura lidos por Pat.  Todos lidos para impressionar Nikki, é claro. 

Pat vive por um reencontro com sua ex-mulher. E como forma de chegar até lá, conhece pessoas tão problemáticas como ele. Conhecemos Tiffany, uma pessoa que ainda sofre com a morte de seu marido Tommy. Tiffany consegue ter momentos de super sinceridade e momentos de pura indecisão. Afinal, tudo o que ela também quer é superar o passado e abrir um caminho para o futuro.

Tiffany se oferece a fazer o intermediário entre Pat e Nikki, já que ambos não podem se falar, devido a um processo judicial, por parte dela e da família de Pat. Para isso, ele deve fazer dupla com Tiffany em um concurso de dança. Se ela vencer, será benéfico à ambos.

O personagem de Pat é tão bem construído que é muito fácil se ver torcendo, mesmo por um homem de 34 anos que não trabalha, não se sustenta e mal sabe tomar seus remédios corretamente. Tudo porque Pat é muito verdadeiro. Sua forma de ver o mundo é tão otimista que parece cego. 

Não é que Pat é otimista demais. Todos os humanos é que tem uma percepção da vida de forma pessimista, triste. Sabe aquela frase, "No fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim"? É assim que Pat vê a sua vida, como um filme que ainda não chegou ao final. 

Ele cria suas próprias regras, sua própria visão de mundo e aos poucos começa a se lembrar porque sua foi parar na Instituição Psiquiátrica  porque tem um ataque de fúria sempre que escuta Kenny G e porque manter uma mulher em um pedestal pode nos fazer sentirmos inferiores. Pat não desiste e quer provar que após a internação, é um novo homem e que já recuperou sua sanidade mental.

Matthew Quick escreve o livro seguindo a maneira que Pat pensa. Aos poucos, vamos entrando no mundo de Pat e que suas loucuras e palavras amorosas (até melosas demais) em seu mundo ilusório, pode até parecer ter sentido. 

Mas quando estamos sobre pressão, que seja do trabalho, que seja física ou mental ou até de um amor impossível de declarar, é até aceitável essa visão positivista de Pat. 

Pat pode ser considerado um louco. Mas um cara louco de vontade de ser feliz e encontrar o seu final. Não importando o resultado, sempre dá pra começar novamente.

O romance O Lado Bom da Vida que Matthew Quick construiu é diferente dos romances contemporâneos. Não há vampiros, magia ou universos paralelos. Essa diferença engrandece a forma que Quick escreve, pois ele humaniza a sua história, acredito que daí saem tantos detalhes que fecham a trama.

As vezes é bom ler um livro que consegue fechar todas as pontas e que deixa o leitor satisfeito. Era possível diminuir um pouco essa santidade formada em torno da Nikki. Isso tornaria a história ainda mais real.

As vezes é bom ler um romance com amores excessivos, uma visão diferente da vida e que nos leva à lição de que o amor é sempre um motivo para pensar que o dia seguinte será diferente.

Nota (de zero a cinco): 4

sexta-feira, 8 de março de 2013

[Cinema] Crítica: Argo - 2012

A profissão de Tony Mendez (Ben Affleck) é resgatar cidadãos americanos presos em outros países. Dessa vez, o resgate seria muito mais arriscado. O ano é 1979 e o país é o Irã. Depois que o ex-governante do país Mohammad Reza Pahlavi procura um tratamento de saúde nos EUA, a população iraniana queria a extradição (leia-se a cabeça do ditador). E assim começou uma série de protestos que chegou ao limite após a população enfurecida invadir embaixada americana no país.

Dentro da embaixada e no meio da fuga, os funcionários queimam os documentos para proteger a imagem americana e preservar a identidade dos funcionários. Seis pessoas conseguem fugir e se abrigar na embaixada canadense no Teerã. Agora, a missão americana era fazer um plano de resgate a essas pessoas, de forma que o povo nas ruas não os vissem.

Tony sugere um plano no qual será feito uma falsa produção de um filme. Após contratar um renomado especialista de maquiagem cinematográfica e de um ator, Tony recebe roteiros no qual a falsa produção iria se inspirar. Para o projeto dar certo, deveria também enganar Hollywood. O escolhido é Argo. Uma produção de ficção científica que supostamente se passaria no Oriente Médio. 


Os funcionários reféns, seriam os câmeras, produtores, atores...assim com a desculpa da gravação do Argo, a equipe liderada por Tony tentaria uma fuga até o aeroporto. O governo americano de início é contra, porém, percebe que apesar de louca, essa era uma das poucas ideias plausíveis para retirar os funcionários das mãos dos rebeldes. 

E assim, Argo consegue conquistar o seu público. As ruas que estão cercadas de manifestações nas ruas, as novas identidades canadenses, todo o conflito envolta da situação, que tem um povo que quer reerguer seu país e achou como "solução temporária", culpar os funcionários americanos. A equipe liderada por Tony, recebe ajuda da CIA, que dos EUA, faz o possível para que a operação tenha sucesso. 

Ben Affleck faz uma incrível atuação e direção. O filme mostra momentos de tensão que são difíceis de se alcançar nos tipos de filme iguais a Argo. Seu ponto máximo é o nervosismo e os momentos de tensão. É difícil se colocar no lugar de todos os funcionários, e ainda mais no lugar de Tony, que mesmo com um filho o aguardando em casa, viajou para um país com grandes chances da operação fracassar.


A ação mostra que o Irã é mais um pais frágil e que o Canadá ganhou com os EUA um aliado para toda a história. Os Oscars recebidos, são realmente merecidos. 
É realmente uma pena que a Academia que considerou o filme perfeito, não considera o maior responsável pelo sucesso do filme, o diretor Ben Affleck, também um vencedor. 


Uma curiosidade é que o produtor do filme é George Clooney que bateu um recorde na história do Oscar. O ator já foi indicado em seis categorias diferentes (ator, ator coadjuvante, diretor, roteiro original, roteiro adaptado e filme), fato que apenas Walt Disney conseguiu com suas animações. Bem versátil esse Clooney.


Argo é um filme baseado em fatos reais e além de um grande filme, mostra a história e uma grande adaptação. Argo venceu o Oscar de Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Filme. 
Prova que Ben Affleck é um grande a ator e agora, um diretor de ponta. Só a Academia que não viu. 
Argo é o melhor filme do ano e Affleck é o grande responsável por isso.

Nota (de zero a cinco): 5

sábado, 2 de março de 2013

[Televisão] Os desenhos de hoje são tão bons quanto os de antigamente?

Sempre fui muito fã de desenhos.. Passei minha infância inteira assistindo Pokémon, Sakura Card Captors, Sailor Moon (sim, me julgue), Inuyasha, Digimon, A Vaca e o Frango (adorava aquele do Stand Up na poça d'água e eles não podiam entrar), O Laboratório de Dexter, As Meninas Superpoderosas, Dragon Ball, Tom e Jerry, Hey Arnold, Johnny Bravo, Samurai X, Mickey, Pica Pau (principalmente a época que parecia que ele cheirava cocaína de tão retardado), Eu sou o Máximo, Pernalonga e Patolino, Rugrats, Pateta e Max, tinha medo do Coragem, o cão covarde e mais um milhão que eu não me lembro agora. Sem contar clássicos como Flinstones, Jacksons, He-man, Speed Racer, Corrida Maluca, Maguila, o Gorila e incontáveis outros...

Esse post pode soar como saudosista, mas faço o possível pra defender os desenhos engraçados. Se os antigos eram mais engraçados, não tenho culpa.

O tempo passou um pouco e surgiram desenhos como Bob Esponja, que até hoje se tiver passando eu paro para assistir. Também tinha medo do Invasor Zim, adorava Rocket Power, A Mansão Foster de Amigos Imaginários e gostava mais ou menos de Jimmy Neutron e ¡Mucha Lucha!


Praticamente, assisti TODOS os episódios de todos os desenhos acima, no mínimo umas 3 vezes. 
Eu gostava mesmo e ainda gosto de desenhos.

Sabendo disso, decidi ver o que passa de bom nos desenhos de hoje e destacarei alguns bons escondidos no meio de uma péssima programação:

Nickelodeon:  Muito bom: Bob Esponja (os antigos episódios, os novos estão ficando completamente sem sentido e criatividade) e Padrinhos Mágicos. SÓ.


Os Pinguins de Madagascar tinha tudo pra ser legal, o filme é muito bom, mas acho meio estranho o desenho. Não sei explicar direito, mas acho muito bem feito. Isso me incomoda, não sei porquê mas incomoda. É o mesmo caso que o desenho do Kung Fu Panda.

Hoje tem muitas séries que não são desenhos, como iCarly e Drake e Josh que são "assistíveis". Me reservo no direito de recusar a assistir "Brilhante Victória" e "Big Time Rush".

Mas se comparados com "Um Maluco no Pedaço" e "Kenan e Kel" não chegam nem aos pés.


Cartoon Network: O Cartoon Network passou por anos mágicos, na época do Toonami que fazia eu ficar das 14:00 ás 20:00 sentado assistindo ao mesmo canal. Era uma sequência perfeita de desenhos épicos.

Depois, não sei o porquê, parou de passar todos os desenhos bons. Digo que a cagada começou com a mudança do logotipo de "Cartoon Network" para "CN". Não sei se mudou o dono do canal, mas começaram a transmitir desenhos bizarros e sem sentido.


Hoje, o que tem de Muito bom é: Hora da Aventura e Apenas um Show.

Hora da Aventura, principalmente, tem um piadas e expressões dos personagens que me lembram aqueles clássicos citados lá no começo. É sem nexo e admite, e isso é muito bom! E por incrível que pareça, o que eu mais gosto no desenho é a dublagem! A qualidade é muito alta! Principalmente a voz do Finn e do Jake, desenho mega recomendado.


Mas, o Cartoon Network pára por aí. Depois tem 6 MILHÕES de versões do Ben 10. Ben 10 na Lua , Ben 10 no Universo Paralelo, Ben 10 no Vulcão, Ben 10 Adolescente, criança, quase adulto. Fizeram 15 versões do mesmo desenho! E o pior de tudo é que todas são muito ruins! O que essas crianças de hoje viram nesse Ben 10, que eu nunca consegui ver? Tem alguns desenhos bizarros também que não consegui dar risada. Volta Cartoon Cartoons!

Disney XD: O Disney "sorrisinho" tem, de novo, Padrinhos Mágicos (o sucesso que muito se deve mais uma vez a dublagem e ao brilhante Cosmo do Guilherme Briggs) e Phineas e Ferb.

Phineas e Ferb é um ótimo desenho da chamada nova geração. É impressionante a forma que três universos nunca não começam juntos, mas os criadores sempre são um jeito de unir. Falo da parte das invenções do Phineas e Ferb, a parte do Agente Perry, o Ornitorrinco e o Dr. Heinz Doofenshmirtz e a parte da irmã mais nova dos dois, Candace que nunca consegue mostrar a invenção dos meninos para sua mãe e colocá-los de castigo. Parece uma grande bagunça, mas as histórias são excelentes. Fora que tem uma parte meio musical muito boa!


Boomerang: Esse eu vou pular, porque tem umas séries australianas adolescentes que quase vomitei em cinco minutos. Horrível.

Disney Channel: A Disney se salva com Phineas e Ferb também, seus ótimos filmes no meio da programação e com Art Attack (eu sei, não é desenho, mas preciso falar) que eu sempre tentei fazer alguma arte, mas saiu muito pior do que o apresentador. Sério que eles pensam que uma criança consegue fazer um castelo "Só pra começar?".

                        <<<Meu desenho.
"Façam o esboço de um castelo, pode ser de qualquer jeito..."
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Bom, é isso aí, ainda tem alguns desenhos muito bons atualmente, como Hora da Aventura, Padrinhos Mágicos e Phineas e Ferb.

Mas se for para comparar com o "tempo de ouro" dos desenhos no final dos anos 90, a geração atual ainda está devendo muitas risadas para as crianças de hoje. Que tal uma bloco de desenhos que não seja de madrugada? Assim, ganham em audiência com os saudosistas revendo seus desenhos favoritos, e as crianças de hoje conhecem o que são desenhos de verdade. 


Até porque, o que é Ben 10 perto de um A Vaca e o Frango?