quarta-feira, 28 de março de 2018

[Televisão] Crítica: Love - 3ª temporada - 2018

“Love” é um daqueles casos de séries originais da Netflix que passam despercebidas, mas que precisavam receber muito mais atenção. Em meio a tantas comédias românticas que não conseguem encontrar um meio termo entre apresentar o cotidiano de um casal e situações que segurem os espectadores sem exagerar o romance, a série é um respiro de criatividade e realidade.

Na terceira temporada, que foi lançada no dia 9 de março exclusivamente na Netflix, Gus e Mickey finalmente passam por um período de estabilidade como casal. Gillian Jacobs e Paul Rust (que também é co-criador da série) têm uma química excelente, as cenas com a dupla são muito naturais, fazendo com que o espectador se relacione com muitas situações do roteiro. Mickey segura as pontas enquanto segue em reabilitação e Gus esconde segredos importantes sobre o seu passado.

Enquanto Mickey vai bem no trabalho como produtora de um programa sobre sexo, Gus é obrigado a encarar uma nova turma de estudantes na repaginada “Wichita”, série em que o professor dá aula para os atores novatos.

Os 12 episódios seguem com o excelente elenco de coadjuvantes que ajudam a tirar o foco sobre o casal principal, como o triangulo composto pelo acomodado Randy, o dublê Chris e a confusa Bertie, por exemplo. Outros destaques são o Dr. Greg, que segue com seu programa em decadência, assim com a sua própria vida, e Arya, a jovem atriz que vive o seu primeiro amor no trabalho.


A aposta segue no humor de constrangimento e autodepreciação já visto pelo criador Judd Apatow em “O Virgem de 40 anos” (2005) e “Ligeiramente Grávidos” (2007).

Para os protagonistas, nem tudo que é certo para um, é certo para outro. Enquanto Gus acha uma discussão algo nada demais, Mickey tem outra percepção. Esses contrastes de personalidade e opiniões acabam criando ótimos diálogos que demonstram a importância da honestidade, que pode e necessita fazer parte da vida de um casal.

A série é uma demonstração sobre como encarar com humor as dificuldades no amor e que faz parte aparar arestas no dia a dia como casal. “Love” deixa de lado o romance de Hollywood que todos conhecem para falar sobre a importância de construir laços para continuar em frente. “Love” vai deixar saudade.

Nota (de zero a cinco): 4