quinta-feira, 11 de maio de 2017

[Cinema] Crítica: Guardiões da Galáxia Vol. 2 – 2017

Antes de seu lançamento, o primeiro Guardiões da Galáxia (2014) foi marcado por muita desconfiança. Como a Marvel encaixaria o grupo no Marvel Cinematic Universe (MCU)? Entre os principais personagens, um guaxinim e uma espécie de árvore humanoide… como isso daria certo? Depois da estreia, Guardiões tornou-se um ponto de virada para a Marvel. Mostrou de uma vez por todas que o humor escrachado com um roteiro bem amarrado pode apresentar um excelente resultado. Um nível de qualidade que deixou a expectativa para a sequência lá na lua. E é com esse cenário que James Gunn acerta novamente.                  

Em Guardiões da Galáxia Vol. 2, Peter Quill (Chris Pratt), Gamora (Zoe Saldana), Drax (Dave Bautista), Rocket (Bradley Cooper) e Baby Groot (Vin Diesel) buscam respostas sobre Ego (Kurt Russell), a misteriosa figura paterna de Quill, enquanto precisam lidar com a comunidade dos Saqueadores, os Soberanos, Nebulosa (Karen Gillan) – a irmã de Gamora – e Yondu Udonta (Michael Rooker). Além disso, o longa apresenta que os integrantes dessa família, formada no último filme, também têm seus problemas pessoais. Parece bastante coisa para apenas um roteiro, mas não é.

O longa pode servir de exemplo sobre como montar um roteiro. Todas as questões são fechadas, os arcos são significativos e os diálogos são tão bem desenvolvidos que mesmo quem não assistiu o primeiro filme vai entender a história.

A abertura do filme, que remete às aberturas grandiosas dos anos 70 e 80, é um show à parte. Apresenta os personagens e tem tantos detalhes que precisa ser vista mais de uma vez para absorver tanta informação. Gunn trabalha com a profundidade de campo enquanto mostra a explosão de fofura que é o Baby Groot.

Se no primeiro filme a trilha sonora já tinha um papel importante, agora ela é essencial. Em Guardiões da Galáxia Vol. 2, certas músicas são implantadas dentro da narrativa. A trilha faz parte do contexto e ajuda o espectador a entrar no universo.

Um dos principais problemas da Marvel nos últimos tempos, desta vez está solucionado: o vilão. Seus motivos e ações são bem escritos. E a participação de Sylvester Stallone é pequena, mas significativa. Neste ponto, não é necessário lembrar sobre a participação do Stan Lee e de ficar no cinema para ver as CINCO cenas pós-créditos.A comédia continua sendo o principal pilar da história.


As piadas estão por todos os lados com citações à cultura pop, anos 80, Universo Marvel, entre outros. Tudo sem perder o contexto da narrativa. Em cenas que você pode aguardar um diálogo sério, logo surge algum motivo para dar risada. Drax e a novata Mantis, que serve de escada para as principais piadas, têm as melhores cenas. Yondu, que já foi um dos destaques do primeiro filme, merecidamente ganha um papel maior na história.

Guardiões da Galáxia Vol. 2 é um daqueles filmes que você assiste e sai do cinema com um sorriso no rosto. Um blockbuster de muita qualidade, sem tirar nem pôr. O filme tem a cara de Gunn e este é o melhor elogio que o filme poderia ganhar. É exatamente este tipo de cinema autoral que a Marvel precisa.

Nota (de zero a cinco): 5