quinta-feira, 27 de março de 2014

[Cinema] Universo Tarantino

Nascido em Knoxville, Tennessee, Quentin Tarantino começou a sua carreira com a venda do roteiro dos filmes Amor à Queima Roupa e Assassinos por Natureza. Essa foi a sua porta de entrada para criar "Cães de Aluguel", filme que ficou famoso pelo ritmo intenso, cortes de câmera inovadores e cenas retratadas fora da ordem cronológica.

Em 1994, Pulp Fiction foi indicado a diversos prêmios e marcou época no cinema. O filme é tratado como um clássico pelos fãs do diretor e de cinema. A obra recebeu sete indicações ao Oscar, vencendo na categoria de melhor roteiro original.

Além da criatividade inesgotável, uma coisa que diferencia o Quentin dos outros diretores é a ligação dos seus filmes. Existe uma teoria que viralizou na internet que afirma que todos os filme do diretor fazem parte de apenas um único universo. A conexão vai de sobrenomes iguais em filmes diferentes, citações a personagens de outras obras e referências que podem ser mais do que mera coincidência.

A cena que deu início a toda a mitologia vem de Pulp Fiction, onde a personagem de Uma Thurman supostamente cita a história do drama de vingança Kill Bill, lançado apenas em 2003.

Tarantino já admitiu ter crescido assistindo filmes de faroeste de Sergio Leone e de artes marciais. Seu amor pelo cinema trash e gore ajudou a formar sua própria identidade na criação de histórias com muito sangue aparente, mutilações e cenas de violência marcante.

O diretor utiliza também da ucronia, um subgênero literário, para escrever roteiros de alguns dos seus filmes. A oportunidade de mudar o rumo da história real através da ficção é algo que fascina o americano.

Aficionado também por história, o diretor sempre que pode, inclui referências factuais em suas obras. Bastardos Inglórios utiliza a Alemanha nazista, o Terceiro Reich liderado por Adolf Hitler e o Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores como cenário para um filme sobre planos de vingança do ponto de vista judeu para acabar com o nazismo.

Seu último filme, Django Livre, parte da escravidão para contar uma história do velho oeste, que junta faroeste, vingança, referências a seus filmes anteriores e, como sempre, muita violência. O diretor aproveita para contar sua narrativa através de fases do monomito, também conhecido como jornada do herói. Django deixa de ser um escravo para crescer e lutar por seus objetivos e o amor da sua vida.


Dono de dois Oscars de melhor roteiro original (venceu com Pulp Fiction e Django Livre), Quentin, além de ser diretor, roteirista e produtor de cinema, também faz pequenas pontas na maioria dos seus filmes.

Quentin tornou-se referência para os fãs de cultura pop e seus filmes são sempre aguardados tanto pelo público fiel quanto pela crítica. Seja com clássicos antigos ou com os mais atuais, Tarantino assina seus filmes com mais do que um bom roteiro ou atuação. O diretor transfere a sua identidade para cada nova criação.

Através de uma forma única de montar sua obra cinematográfica, Quentin Tarantino tornou-se um verdadeiro ícone. Com apenas 51 anos, Tarantino espera premiar ainda mais as suas obras e destacar o seu nome na eterna lista dos melhores diretores da história do cinema.

segunda-feira, 24 de março de 2014

[Série: Versos de Ciência] Trabalho das estrelas

A noite em que todos vão pra casa.
Também é a noite em que as estrelas vão trabalhar.

Se todos passam o tempo ocupados durante o dia.
Elas contam os minutos pra aparecer.

Pode ser que algumas demorem pra responder.
O calor do próprio Sol demora 8 minutos pra chegar na Terra.

Depois dele, o brilho da estrela mais próxima é de quatro anos atrás.
Proxima, Alpha e Beta Centauri podem nem estar mais lá.

As luzes emitidas demoram pra chegar na Terra.
Mas sei que são bem mais do que só uma grande esfera de plasma.

É grande o papel delas. Como o pôr do sol que encanta os humanos.
A responsabilidade delas é ser grande pra brilharem juntas.

A situação pode estar escura como a noite.
Mas a escuridão perde espaço para um simples raio de luz.

Quando a vida estiver difícil, observe o trabalho das estrelas.
E veja a luz que percorre todo o espaço só para te iluminar.

Crux and Centaurus from Mauna Kea

terça-feira, 4 de março de 2014

[Outros] Mentalidade de Carnaval

Sou a favor do Carnaval, entendo que é uma coisa da cultura do brasileiro. Só não entendo como essa data afeta tanto a sabedoria das pessoas. O Carnaval liberta o que há de mais estranho no ser humano.

No Carnaval, sair fantasiado é normal. Os palhaços são apenas pessoas comuns neste dia. Seguir um caminhão de som sendo esmagado por milhões de pessoas é super diferente de ir a um show normal na semana seguinte.

Beijar o máximo de pessoas possíveis é normal. Nos outros dias é coisa de vadia ou galinha, mas no Carnaval tá liberado. Pode beber tranquilo. As marcas de cerveja criam camarotes e o amigo mais bêbado sempre cria a história mais engraçada.

O povo esquece das notícias, até porque é muito mais importante saber a hora do próximo bloco de rua ou a nota das escolas de samba. Todos são iguais. Morador de rua ganha bloco na própria casa, imagina só.

A prioridade é fazer a maior festa de rua do mundo. Fazer o turista sentir-se bem. Não quero que cancelem o Carnaval ou que comecem a tocar Beethoven para as pessoas. Sou a favor de uns dias de descanso, ninguém é de ferro.

Longe de ser um texto responsável, até porque não sou a pessoa mais indicada pra isso... Mas enquanto tivermos uma sociedade que prioriza o Carnaval por meses e fecha as escolas para as pessoas ficarem bêbadas, ouvindo axé e em estado deplorável, não tem como pedir um Brasil melhor.

Se as pessoas acham que o investimento da Copa é uma vergonha, imagina o que o governo gasta pra sustentar a folia?

O dinheiro é bem investido com campanhas de camisinha (que é uma coisa ridícula, até porque educação sexual é uma coisa essencial), com propagandas pra não urinar no chão, pra não dirigir bêbado? Coisas básicas que qualquer pessoa em qualquer outro dia do ano saberia?

Alguém mais percebe o tamanho dessa besteira? A campanha pra usar camisinha é valida pra todos os dias do ano! Não é normal mijar no chão da rua... nunca! Dirigir bêbado é perigoso e arrisca a vida de várias pessoas! É tão óbvio que acredito que as pessoas perdem uma parte do cérebro nesta época, não é possível...

Mas lembra? No Carnaval está tudo liberado. Só por uns dias, as pessoas ficam bobas, esquecem a sua rotina e dão risadas. Aos adeptos, repito. Não quero que o Carnaval seja extinto. Só não entendo essa burrice conjunta que obriga o governo a gastar com coisas tão inúteis.

Só não usem essa mesma mentalidade pra cobrar depois no dia das eleições. Porque o povo vai votar com a mentalidade de Carnaval. E elege um Carnaval de idiotas pra guiar nosso país.