domingo, 8 de setembro de 2013

[Cinema] Crítica: Detona Ralph - 2012

Detona Ralph é um dos filmes que aguardo desde que vi o trailer pela primeira vez. E sim, mais uma vez estou falando de um filme que lançou faz tempo, mas fuck the police!

O filme é produzido pela Walt Disney Animation Studios e mostra que a Pixar não é (e nem vai ser) unanimidade quando o assunto é o mundo das animações.


A história é baseada em Ralph, o vilão do jogo de arcade Conserta Felix Jr. que tem o papel de destruir um prédio e o herói Felix deve consertar.

A história se passa dentro dos jogos eletrônicos de um fliperama, ou seja, após o fim do expediente, todos entram em um tipo de confraternização. A Estação Central de Jogos funciona como uma praça onde todos os jogos se encontram.


Para os saudosistas este local é um prato cheio. A cada cena que apareciam personagens na central de jogos era uma lembrança de um jogo antigo e adorado. São dezenas de referências escondidas no filme, contando Nintendo, Capcom, Atari, Konami , Sega e Midway. São easter eggs escondidos em grafites nas paredes, uma passagem rápida em um poste ou no horizonte.

Existem referências de games em tudo. O filme começa com uma sala de terapia com vários vilões clássicos da história dos games como o Robotnik (ou dr. Eggman para os frescos), Zanghief, Bowser, inclusive os fantasmas do Pac-Man. A cena em si já seria incrível no mudo apenas por reunir tantos elementos épicos em uma tacada só.

Também existem referências ao Mario, aparições do Sonic e até alusão Mario Kart com a pista Rainbow Road na cena de corrida.

O jogo Conserta Felix Jr. faz aniversário de 30 anos e ninguém convida Ralph para a festa. Tratado apenas como um vilão, ele não é reconhecido e mora em um lixão fora do prédio onde todos do jogo moram. Todos desprezam Ralph e amam Felix. Ralph não tem culpa, é o seu trabalho e foi programado para isso.

Um dia, (como todo mundo) Ralph se cansa e deseja reconhecimento pelos anos de trabalho. Afinal, não é fácil ser jogado do prédio pelo herói todo fim de jogo. Para ser reconhecido, Ralph sai à procura da uma medalha de herói!

Na busca da medalha chega ao mundo doce Corrida Doce, jogo em que conhece o Rei Doce e a menininha Vanellope, um bug que não consegue conviver com os outros personagens, nem ir à Central onde os personagens se encontram justamente por ser um bug.

A animação é muito bem feita e explora os cenários de forma incrível. Mas o maior feito da Disney foi utilizar todo esse universo dos games e mesmo assim não perder o foco, criando personagens e uma história sensacional. É impossível não se apaixonar pela garotinha 'bug' Vanellope, uma “falha no sistema” vinda de um jogo de corrida de karts, é fácil entender as razões do Ralph e não é uma dura tarefa simpatizar pelo Conserta-Felix Jr.

Um detalhe que preciso ressaltar é a dublagem brasileira. Vanellope é dublada pela Marimoon.

QUÊ? Sim, eu também me assustei. A dublagem ficou muito fofa, assim como a personagem. Foi um EXCELENTE trabalho da Marimoon. Bom trabalho também ao Tiago Abravanel, o irreconhecível Rafael Cortez e quanto ao resto dos personagens, não precisa nem falar, a dublagem brasileira é referência mundial e não há o que contestar.


Principalmente em animações, os encarregados são sempre cuidadosos, embora as produtoras às vezes compliquem de propósito, como em algumas cagadas como chamar a Preta Gil (‘Os Sem Floresta’ onde dublou a gambá Stela) ou o Luciano Huck (‘Enrolados’ onde dublou Flynn Rider). Enfim, quem se surpreende com a Marimoon pode se surpreender com todo mundo.

Voltado ao filme, o enredo é bem amarrado e consegue unir pontas que tinha certeza que ficariam soltas. (Alguma coisa me diz que é consequência do final de Lost que assisti há pouco tempo).

Quanto à animação em si, é impressionante como elas ficam cada vez mais perfeitas. É um trabalho impecável, desde os cenários lá no fundo quanto os bugs de Vanellope ou os gráficos de propósito pixalizados como um vídeo game no hotel do Felix. A forma de movimentação dos personagens do jogo central é muito boa como se eles vivessem quadro por quadro. Boa sacada.


A sequência já foi anunciada e a espera mais uma fez deve ser longa! Ainda mais porque a presença do Mario já está confirmada pelo diretor Rich Moore, o que já me deixa imaginar a loucura que seria se deixassem o Charles Martinet viajar no personagem. Espero que tenha uma participação importante!

Nos 109 min de filme é possível se encantar pelos personagens, construir uma bela história, conquistar os amantes de games e passar uma mensagem superimportante para as crianças, mas que também serve como um lembrete para os adultos. A mensagem de ''seja você mesmo'' pode ser antiquada, mas é necessário ser reforçada em um mundo que as crianças preferem se espelhar na Selena Gomez ou no Neymar do que ter sua própria personalidade.

A mensagem que fica é que não é nada mal ser você. É o seu personagem, o seu jogo, é a sua vida. É só passar de fase aos poucos e deixar a vida no ‘Very Easy’ que todo mundo consegue zerar tranquilo, sem se preocupar com o game over!

Nota (de zero a cinco): 4